Há alturas na vida em que tudo parece correr mal, em que um ar de azar baixa sobre nós e destrói tudo o que está à nossa volta. Pois bem, este ano, estes primeiros meses de 2007 para mim têm sido uma autêntica derrota, onde tudo se parece desmoronar e tudo o que está sem rumo fique ainda mais desnorteado... Já não sei o que pensar!
Na realidade eu, que sempre fui uma pessoa a lutar por ser positivo, por ver o lado bom da vida, já não tenho alento para continuar a remar contra a maré; se tenho que perder as coisas que mais gosto, se tenho que abandonar os ideais em que sempre acreditei, se tenho que correr para uma meta que nunca mais atinjo, se tenho que continuar a olhar o horizonte sem uma mão que me afague a cabeça, sem um alguém que me beije nos momentos em que o preciso, se a minha vida tem que ser assim, mais vale desistir, não de viver, mas de tentar seguir em frente, simplesmente porque não o consigo fazer, porque há algo, que parece superior, me bloqueia o caminho.
Estou desmotivado, só no meio da multidão, humilhado, sujo, feio... Por mais que tente disfarçar, por mais que tente ter um sorriso na cara, por dentro, na minha alma correm lágrimas constantes de tristeza, num pranto que parece nunca mais ter fim.
Já escrevi aqui sobre breves momentos felizes, sobre motivações que tive, sobre uma felicidade que parecia estar perto, mas hoje dou-me conta que tudo não passava de miragens, apenas hologramas de uma vida que sempre quis ter, não tenho [e desconfio nunca vir a ter].
Não sei o que fazer mais, sinto-me perdido no mundo, só, no meio de um nevoeiro estranho que parece não querer levantar, à beira de um penhasco de 150 metros de altura, debaixo de uma tempestade cerrada com ventos fortes e raios e trovões constantes.
Pergunto-me: Vale a pena viver para sofrer, sem amor, sem estabilidade, sem rumo? Estou desorientado, muito desorientado...
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